* spoilers
** Texto sobre o fenomenal último episódio da 5ª temporada de Lost está logo abaixo.
Eu preciso de uma resposta urgente, quem a tiver mande pra mim com a máxima urgência porque é caso de vida ou morte, eis a pergunta: "Como Tudo Novo de Novo consegue melhorar a cada semana?" Alguém sabe?
O episódio "Toma que o filho é meu" mostrou o quanto uma parceria de sucesso entre dois roteiristas de qualidade e a aposta duma emissora que investe em dramaturgia pode dar muito certo. Em 5 semanas Tudo Novo de Novo se tornou disparada a melhor atração da TV brasileira na atualidade e, sinceramente, duvido muito que em 2009 algo consiga superar.
O mote do episódio, com o enfoque no pai de Carol que está usando drogas e, consequentemente, prejudicando a vida da filha que é encantada por ele e o vê pouco, já que ela mora com Clara no Rio e ele mora em SP, foi muito bem construído, pois mostrou como uma relação entre pai e filho é complexa e as vezes pode ser destrutiva.
A forma como o episódio foi construído nos mostrou que é complicado "Começar de Novo" uma história no mundo real, pois não é como nas novelas em que se apagam as antigas. Clara e Miguel já têm suas histórias e precisam levá-las paralelamente a nova história que surgiu, e isso nem sempre é fácil.
A rebeldia de Carol insistindo que o pai não era usuário de drogas serve como exemplo de que filhos têm o pai como herói, mesmo quando é óbvio o quanto eles são falhos e as vezes não pensam nos próprios filhos. A descoberta dela de quem é realmente seu pai é muito mais que a simples constatação do óbvio, é a descoberta da vida real, de saber que as pessoas são falhas, mesmo àquelas que admiramos.
Já no caso de Miguel, ocorre justamente o oposto. Sua filha Júlia está se dando bem com o namorado da mãe, porém, a relação da mãe é absolutamente adolescente. Um espanhol que ela conheceu pela internet e permite ficar em sua própria casa e, pior, sozinho com a filha. Miguel tinha mesmo que ter um xilique.
A 1ª menstruação de Júlia também é simbólica, para mostrar a ela que a vida de mulher é cheia de dificuldades e encaixes, principalmente quando se há tantas histórias conflituosas. E também mostrou a Miguel que sua parceria com a ex pode não ser tão traumática.
A sensibilidade do episódio é algo que me deixou fascinado. Um bom exemplo disso é a forma como ele terminou. O diálogo rápido entre Miguel e Carol no aeroporto foi muito profundo e cheio de significados. Miguel tem razão ao dizer que todos têm defeitos e Carol também tem razão ao dizer que sua mãe exige demais dela e que ele - Miguel - não conhece Clara. O final, enquanto subiam os créditos, com eles caminhando pelo aeroporto, conversando sobre música, enquanto filmava-se apenas os pés de ambos, foi muito bem feito.
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Ah, muito legal Viviane Pasmanter como madrasta de Carol. Gostei.
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