quinta-feira, 1 de novembro de 2012

A Fazenda de Verão estreia como uma brincadeira de amigos

Lembra do Show do Milhão? O Programa do SBT que virou hit no início da década passada fez tamanho sucesso que virou jogo. Normalmente comprado para adolescentes, o jogo acabou virando febre em reuniões familiares, pois era garantia de diversão. Um programa de TV que teve extensão para casa, graças ao sucesso e envolvimento produzido nos telespectadores. A estreia da Fazenda de Verão na noite da última quarta-feira deu exatamente essa sensação, a extensão do programa original, mas produzido numa casa entre amigos.

Chamar a estreia do Reality de amadora seria exagero, pois foi ao ar numa das maiores emissoras do país e claramente se notou o alto investimento de produção. Mas também ficou nítido que não houve o mesmo preparo e planejamento que se verifica no produto original que vai ao ar uma vez por ano. A primeira impressão, na verdade, é que tudo foi feito às pressas para sanar um grave problema que a grade noturna da Rede Record vinha apresentando.

A edição foi o pior momento deste primeiro programa. Os cortes incomodaram bastante, principalmente porque eram feitos nos piores momentos possíveis, em alguns deles, inclusive, cortando a fala do apresentador ou a apresentação dos participantes, algo inaceitável para um programa do porte e com um investimento tão alto.

Outro ponto baixo foi a escolha da prova que inaugurou a disputa entre os peões. Além de repetida, não tinha qualquer dinâmica chamativa, ou seja, o telespectador teve de ficar por quase 30 minutos acompanhando uma prova insossa e modorrenta. Para a estreia, o ideal seria algo muito mais dinâmico e atrativo para o público, pois assim, a audiência se justificaria e já haveria um envolvimento melhor entre telespectador e participante.

Mas houve pontos altos. O primeiro deles foi a escolha dos participantes. Como é a primeira vez que o Reality aposta em anônimos, a direção procurou pessoas mais liberais e que não tivessem nada a perder. A estrutura de escolha foi a mesma do Big Brother Brasil e, aparentemente, houve muita felicidade. Pelo menos 10 dos 16 peões apresentados demonstraram forte tendência em polemizar e de fazer qualquer coisa para aproveitar esta oportunidade de fama. Este é o principal ingrediente para um Reality deste molde funcionar.

O maior ponto alto da noite, contudo, foi Rodrigo Faro. A curiosidade em torno da performance do apresentador era grande e ele não decepcionou. Sem demonstrar nenhum nervosismo por estrear a frente do formato, Faro foi seguro todo o tempo e fez o que o público já se acostumou a vê-lo fazer em O Melhor do Brasil: atuou. Ele não é apresentador e muito menos um grande comunicador, mas sabe atuar, vendendo o papel de apresentador. A estratégia é boa, funciona em seu programa de sábado e funcionou nesta estreia.

Graças a Rodrigo Faro esta estreia foi muito mais leve e informal que a do show original. Enquanto Brito Júnior sempre procurou dar um ar mais sério às estreias, o atual comandante optou pelo caminho inverso. Já se aproximou dos participantes, tentou criar um clima de amenidade e também provocou com frases de efeito. Faro demonstrou que estudou a estrutura do Reality e que está no controle da atração. Ainda que, em alguns momentos, a informalidade acabou soando exagerada e tirando o ar de programa de TV que necessita, o caminho foi acertado e ele tem tudo para crescer ao longo da exibição.

A estreia da Fazenda de Verão pode não ter sido um primor e nem empolgado tanto quanto um Reality deveria, mas demonstrou uma estrutura diferente da versão original e criou novos caminhos, dando um novo fôlego para o Reality que pode sobreviver muito bem e atrair o telespectador. É esperar para ver.

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