sexta-feira, 6 de julho de 2012

Na Moral mostra o maior potencial do ano

2012 tem sido um ano de estreias na TV brasileira. Diversas emissoras planejaram e levaram ao ar novos programas de entretenimento, quase sempre criativos e muito bem pensado. Entre as muitas estreias, podemos destacar o Encontro com Fátimas Bernardes e o Roberto Justus Mais, duas apostas altas da Rede Globo e Rede Record respectivamente e que, até o momento, não deram resultados satisfatórios.

Na noite da última quinta-feira o público se deparou com mais uma estreia. Trata-se do Na Moral, novo programa do jornalista Pedro Bial e que vinha causando burburinho nos bastidores da televisão já há algum tempo. Um programa de auditório é sonho antigo dele e muito se ensaio na emissora por anos a fio, mas somente agora foi consolidado.

Faz tanto tempo que Pedro Bial deixou o Fantástico e, consequentemente o jornalismo, para se dedicar exclusivamente à apresentação do Big Brother que, nos primeiros minutos na tela, causou estranheza vê-lo ali. A memória afetiva do público liga o apresentador automaticamente ao Reality show e à sua presença física na TV apenas nos primeiros meses do ano. Contudo, o novo programa estreou mostrando-se um dos acertos do ano.

"É viado, bixa ou homossexual?" Desta forma Bial abriu seu novo desafio e já começou chocando quem, distraído, estava assistindo. Um programa de auditório que debate temas recorrentes e, obviamente polêmicos, com direito a convidados sem papas na língua, este é o Na Moral que, sempre mantendo o foco no tema conseguiu citar exemplos bons e exemplos trágicos. Neste ponto, o único senão talvez seja o uso do docudrama que não acrescentou absolutamente nada ao show.

Pedro Bial é descolado e sabe os caminhos para o sucesso. Firme, sem demonstrar sombra de nervosismo, ele tomou as rédeas de seu show e não se limitou a apresentar: opinou. Mais do que opinar, ele provocou seus convidados, fez o que ele faz melhor no BBB, desafiou e propôs debates. Debates estes, aliás, que foram o melhor do programa.

O grande problema da noite foi a tentativa de tornar o programa num formato exclusivamente de entretenimento. Para não afugentar o telespectador de um programa com o carimbo de debates, houve músicas, participação do público na rua e presença de artista da Globo. Nada disso acrescentou para a proposta do show e atrapalhou o ritmo, cortando o que de melhor havia ali, as discussões.

Um programa com um tempo tão curto não pode se omitir a debater e aprofundar as discussões. Pedro Bial deve abraçar a ideia de colocar o Na Moral como um dos únicos programas de debate da TV aberta no Brasil, pois enquanto houve isso, o show foi excelente. E a Rede Globo poderia ter planejado melhor esta estreia, sem lançar o programa na Faixa III, por conta da novela Gabriela, na Faixa II, com mais tempo de arte, o programa renderia muito mais.

De qualquer forma o Na Moral acertou e mostrou um grande potencial. Como na TV se aprende fazendo, a partir de agora é provável que os equívocos que apareceram no programa Piloto sejam corrigidos. A tendência é que o show fique ainda melhor e com um Pedro Bial inspiradíssimo, só para variar.

2 Quebraram tudo:

bruno disse...

Gostei bastante do programa. Acho que é muito válido o espaço dado pela Rede Globo em sua grade para esse tipo de atração. Nos faz discutir, pensar e questionar sobre as questões de nossa sociedade. Aqui em casa mesmo, todos nós nos pegamos opinando sobre o que estava sendo mostrado pelo programa.
O único senão é pela parca duração do show. Pouco mais de 30 minutos não são suficientes para a discussão de temas tão polêmicos. Algumas coisas ficaram na base da superficialidade, sem aprofundamento. Faltou também uma maior participação da plateia que, tenho certeza, acrescen taria muito e tornaria os debates mais densos e produtivos. Quanto ao docudrama, não acrescentou nada ao programa. E os casos mostrados poderiam ter sido mais bem explorados.
No geral, gostei bastante do "Na Moral" e como você disse Daniel, a atração mostrou ter um grande potencial. Poderia ser exibido aos domingos, depois do Fantástico. Acho que daria boa audiência.

Paulo Jr. disse...

Eu achei um ótimo programa, uma versão melhorada do Encontro. Exceto que com uma duração ridiculamente curta, que atrapalhou muito o programa. Apesar de ser um nível de discussão muito acima do normal da rede Globo, não é tão alto assim também, mas se o debate fosse num nível mais alto o público não entenderia. Eu creio que seja um tipo de programa necessário, mas nesse piloto, com essa duração tão curta, só dá os temas para o público pensar. Mas eu sei que a maioria do público não vai pensar além do programa. O fato que fica é: muito curto.

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