Estreou nesta terça-feira, 25, a nova minissérie da Rede Record. Com texto de Vivian de Oliveira e direção de Edson Spinello, Rei Davi é a terceira minissérie produzida pela emissora com o tema bíblico como pano de fundo. Com um investimento de 25 milhões de reais, a produção é uma das mais caras da TV brasileira e sua estreia causou grande expectativa nos fãs da emissora.
O primeiro episódio, além de apresentar a história para o público serviu para mostrar o quanto a emissora ainda é imatura neste tipo de trabalho. Em sua terceira produção, o formato de uma minissérie ainda não está consolidada nos corredores da Barra Funda e isso ficou claro com o que foi levado ao ar. Uma direção que pecou por caminhar sempre no trilho do folhetinesco e maniqueísmo e que acabou pro prejudicar todo o ritmo da estreia foi o principal ponto.
Tanto as cenas de guerra - que aliás foram muito longas e cansativas - quanto a seqüência em que o povo de Israel comemorava a vitória com festas e danças deixou explícito para o telespectador mais atento toda a marcação de cenário realizado pela direção para ter controle sobre as cenas. Outro ponto negativo da direção ficou por conta dos takes das câmeras, sempre optando por uma filmagem tradicional e pragmática, muito mais vistas em novelas do que em minisséries, onde a ousadia deve ser o ponto alto para diferenciar do tom folhetinesco.
Cenografia e caracterização também prejudicaram bastante essa estreia. Com cenários superficiais e que em nenhum momento conduziram o telespectador para a época em que a história acontecia - em todo o momento o público teve a impressão de estar diante de cenários mesmo e não de lugares reais e isso é um problema grave - as cenas não conseguiam ser intensas por não ter alegorias convincentes. O figurino, apesar de mais naturalista e real, pecava pelos adereços, como as insistentes barbas falsas produzidas no Recnov e que são presenças constantes nas minisséries da emissora.
O elenco também não convenceu, mas por ser uma estreia isso é aceitável. Leandro Léo mostrou bastante insegurança no papel de protagonista jovem, mas não comprometeu em nenhuma cena. O comprometimento ficou por conta de Isaac Bardavid, ator que não conseguiu transmitir nenhuma verdade no papel de Samuel. Todas as suas cenas pareciam decoradas e suas frases não soavam bem ao ouvido do público. O ponto alto do elenco ficou por conta de Gracindo Jr. Ator experiente que soube construir um Saul contraditório, insano e ainda assim cheio de carisma, um acerto na escolha.
O roteiro também mostrou-se maduro. Com uma linguagem de minissérie, a autora apresentou bem as personagens e fez a história avançar bastante nesta estreia, sem que nada parecesse corrido, pois deu tempo ao telespectador se acostumar com cada elemento. Os diálogos bem mais verossímeis que em outras minisséries também estiveram sempre bem construídos e envolventes.
Ainda que a nota não seja alta, a estreia de Rei Davi serviu para mostrar ao telespectador que a emissora vem investindo no segmento e com acertos. Desde que entrou no formato com A História de Ester, houve um avanço significativo nas produções de minisséries da emissora e é preciso parabenizar a persistência nessas produções que vão melhorando com o tempo e maturidade. Por enquanto, contudo, Rei Davi não chega a envolver e chamar a atenção para que a audiência queira continuar assistindo.
2 Quebraram tudo:
Bem....
Comparado com a porcaria que a TV aberta brasileira oferece... Rei David ganhou nota 9,5 no 1º capítulo.
Pelo menos dá pra minha filha de 8 anos assistir, apesar do horário.
O pior é que chamou a atenção da audiência pra assistir o segundo capítulo. De 12 na estreia, pulou pra 15 na segunda exibição. Mas eu seria mentiroso se dissesse que troquei Rei Davi por Brado.
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