quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Classificação Indicativa: O Golpe Judiciário

Desde sempre existiu na TV brasileira o que chamamos de Classificação Indicativa. Algo válido e que deveria ser muito bem utilizado para servir de apoio para que o telespectador tenha como definir o que deve e o que não deve assistir. A classificação indicativa no país é através de faixa etária, portanto, muito clara para o público e não há qualquer dificuldade de compreensão.

Ocorre que, desde o início da última década, essa classificação ganhou ares de legislação e censura e, o pior, ninguém vem fazendo nada para modificar isso que vai crescendo, crescendo, cada vez mais e já ultrapassou a linha perigoso há muito tempo, por isso é necessário que todos os apaixonados por televisão se unam contra este tipo de postura.

A classificação indicativa deve servir exclusivamente para que o telespectador - e apenas ele - decida se o programa deve ou não ser sintonizado em sua residência. Se uma novela tem um acidente, ou mostra pessoas bebendo e a classificação indicativa para isso seja, digamos, acima de 12 anos, os pais é quem devem decidir se seu filho de 11 anos pode ou não ver o programa. O papel da TV é divulgar amplamente que o programa não é recomendado para pessoas com menos de 12 anos.

O judiciário vem dando uma espécie de Golpe de Estado contra a arte - exatamente o que o Regime Militar fazia - ao tentar ele próprio legislar sobre o conteúdo da TV. Beira o ridículo que juízes e promotores ameacem tirar programas de TV no ar por, na concepção deles, ferirem os bons costumes da família e incitarem algum tipo de preconceito ou violência. O caso do Zorra Total em que tentaram tirar do ar o quadro de Valéria e Janete no metrô é emblemático.

Não é papel da TV decidir o que cada telespectador deve assistir e também não é papel do Estado, isso é de inteira responsabilidade do próprio telespectador e este direito universal deve ser respeitado. Se a censura da arte é prejudicial aos artistas, pois o inibem a ousarem e investirem na imaginação, também é prejudicial à população, pois a impede de aprender a refletir sobre o que vê e, por conta própria, escolher sua programação. O Estado não pode tirar dos pais o direito de educar seus filhos da maneira como julgar necessário, desde que não fira os direitos das crianças e dos adolescentes.

É preciso dar um basta nesta censura disfarçada que lembra um Golpe de Estado e transforma todos - veículo e público - em meros fantoches nas mãos do Poder Judiciário que insiste em querer determinar por si só os caminhos da televisão no Brasil. Isso é perigoso e o fim certamente será dos piores se não houver uma interferência e rápido.

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