Foi exibido na tarde de domingo a Avant-Premieré do novo programa do SBT que estreia em 2012 compondo a nova Grade da Emissora: Cante se Puder, uma espécie de Reality Show musical que desafia os participantes a cantarem enquanto cumprem os mais bizarros desafios. A ideia, muito interessante, ficou de lado nesta amostra, já que o destaque foram os problemas enfrentados.
Se o conceito do Reality é interessante e tem tudo para dar certo, ele passa pelo acerto da produção, o que não aconteceu neste domingo. E os problemas que assistimos neste domingo não foram factuais, fosse assim, não haveria dificuldades para corrigi-los. Os grandes problemas que saltaram aos olhos do telespectador foram muito mais conceitual, ou seja, há de ser mudar a ideia de como se produzir um programa assim.
A começar pelos apresentadores. Um programa com menos de uma hora de duração não pode ter dois apresentadores Fica truncado e, quase sempre, um vai atrapalhar o outro. Apesar do bom desempenho de Patrícia Abravanel e Márcio Ballas, é preciso que haja uma decisão sensata e escolha apenas um apresentador, neste caso, o carisma da filha de Sílvio Santos deveria pesar um pouco mais, já que sua performance foi um pouco superior a do colega.
Os jurados também tiveram equívocos centrais. A primeira pergunta que se deve ser feita é: qual a função do júri num programa assim? Me parece evidente que a cada prova sempre fica claro que um participante tem performance melhor, então não há necessidade de jurados escolherem quem venceu. Além disso, o júri não pode votar no vencedor baseando-se em talento, carisma, etc. A análise deve ser técnica sobre quem conseguiu superar a prova e continuar cantando. Sobre a presença do trio de jurados, os nomes de Nany People, Nahim e Lola Melnick não chegou a incomodar, são três sub-celebridades que não se levam a sério e, por isso, conseguem transformar o momento em diversão.
Por fim, o conceito na escolha dos participantes e das provas é preciso ser revisto. Não tem cabimento colocar na mesma prova um homem cantando enquanto é depilado enquanto sua adversária deve cantar enquanto é cercada por répteis (cobras e afins). Por mais que o nível de dificuldade possa ser semelhante, não dá para compará-las, visto que na depilação há dor física o que torna inviável fisicamente acertar o trecho da música. Isso prejudica o participante e estraga a brincadeira. E também, é preciso decidir qual o tipo de participantes: celebridades, anônimos ou sub-celebridades, como aconteceu domingo. Difícil imaginar que celebridades aceitem participar de um programa assim e anônimos, talvez, não chamem a atenção, mas sub-celebridades precisam ser bem escolhidas, a presença da mini Lady Gaga no programa de estreia foi inaceitável.
Se quiser ter vida longa na grade do SBT, o Cante se Puder, precisa urgentemente rever seus conceitos de produção para que não afugente o telespectador, pois seu tema já é suficientemente delicado para que haja equívocos tão grandes. A estreia teve boa audiência e repercussão. Ficou com 07 pontos, ficando décimos abaixo da Rede Record no horário, segundo dados prévios.
1 Quebraram tudo:
Eu acho que a performance do Balla foi melhor que a dela, mas ambos tiveram performances fracas, muito básicas, não saíram do esquete, foram muito sérios/animados/certinhos. E eu acho que um programa assim só daria certo se a análise fosse mais correta mesmo, do quanto eles cantaram e quão bem cantaram.
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