Estreou nesta terça-feira, no SBT, a nova novela e maior investimento em dramaturgia da emissora provavelmente nos últimos 15 anos. Com a assinatura de Tiago Santiago (A Escrava Isaura, Os Mutantes), Amor e Revolução entrou no ar com pouco mais de 15 minutos de atraso, ou seja, exatamente no momento em que Insensato Coração teve seu capítulo encerrado na Rede Globo.
É realmente difícil escrever uma crítica sobre esta novela, porque em um capítulo foi possível observar uma gama tão grande de detalhes que certamente merecem uma análise apurada e um texto melhor planejado. Contudo, como estamos falando de uma estreia, é preciso analisar apenas o conjunto geral do que foi veiculado pela emissora.
A começar pela direção, o SBT deu claros sinais de avanços nesta área. É evidente que, a tentativa de comparar esta produção com obras da concorrência torna tudo mais complicado, mas, quando comparado aos últimos trabalhos da própria emissora, há de se concordar que houve avanços significativos. O diretor Reinaldo Boury conseguiu dar um ar menos populacho e formalizar as cenas. Além disso, nota positiva para a fotografia, realmente muito boa e que conseguiu se destacar nesta estreia.
É muito complicado tentar analisar o elenco. O primeiro capítulo contou com muitas cenas cortadas e diversas passagens de tempo que impediam cenas longas e com diálogos muito amplos, assim sendo, não é possível analisar com clareza o elenco. Ainda assim, até o momento, ninguém do núcleo principal chegou a comprometer ou a se destacar, porém, o único ponto que merece menção trata-se de Patrícia de Sabrit que conseguiu compôr uma personagem bem interessante que, aparentemente, vai da futilidade fingida a participação ativa, passando pela tênue linha do sarcasmo, com muita rapidez.
Não é fácil inserir uma novela dentro de um período histórico como se propôs fazer Tiago Santiago. Ao contrário do que boa parte dos novelistas fazem, o autor decidiu não utilizar o período de Ditadura Militar como pano de fundo para sua história, ao contrário, ele transformou o momento histórico brasileiro no verdadeiro protagonista de Amor e Revolução e, para conseguir envolver o telespectador diante de um protagonista abstrato, se fez necessário pontuar historicamente os fatos enquanto apresentava os personagens. E isso, Tiago Santiago conseguiu fazer muito bem. O golpe militar de 64 foi o grande destaque deste primeiro capítulo e envolveu o telespectador e por conta disso, merece elogios.
A bem da verdade é que Tiago Santiago se propôs a contar a História da Ditadura Militar através de uma novela e, a princípio, ele conseguiu. Objetivo atingido. Cenas fortes, reais, sem falso moralismo e que não descambaram para a apelação ou mau gosto marcaram esta estreia. Ainda assim, a marca registrada do autor esteve presente: os diálogos irreais e ruins. Frases que nunca seriam ditas por ninguém em quaisquer situações como as que foram ao ar foram mostradas numa freqüência muito grande e isso, em determinado momento, mais do que incomodou, irritou.
Amor e Revolução não conseguiu ser a estreia marcante a que se propunha, mas conseguiu mostrar uma novidade, um protagonista abstrato, a Ditadura Militar e, além disso, conseguiu mostrar histórias que poderão render, mas é preciso com urgência melhorar os diálogos e aproximá-los da realidade, pois o que dá vida a uma obra de teledramaturgia são os diálogos.
Em tempo: A estréia da novela registrou modestos 7 pontos de média com 9 de pico. O que, em tese, não significa nada, afinal, números numa estreia quase sempre não são indicador para coisa alguma.
3 Quebraram tudo:
Infelizmente, mesmo com todos os esforços de direção e produção, achei a estréia muito ruim. O texto de Tiago Santiago fazia rir e isso foi constatado por vários comentários do Twitter. Esse tema, bem desenvolvido por um autor competente, teria outro resultado no vídeo.
O grande acerto do capítulo foi o depoimento final.
O tema é interessante e poderia render um belo de um caldo. Mas meu medo,desde o início, repousava sobre o Tiago Santiago. Tinha medo de ele não saber dar a novela a densidade e a profundidade que o tema pede, dado seus trabalhos anteriores.
Lamentavelmente minhas suspeitas vieram a se confirmar: Tiago Santiago não é o ator ideal para falar desse tema. Uma pena.
Odiei! Bem que tentei assistir, mas depois do que vi ontem: a morte é melhor! Efeitos ridículos! A morte da Cléo, jorrando litros e mais litros de sangue no rio foi trash (parecia um boi em abate). Os diálogos, sempre, toscos de Tiago Santiago continuam. Sempre redundante e lugar comum. Mas o pior foi a cena em que o casal de "idosos" saem nus em direção a cachoeira. De um mau gosto: um show de bunda caída e apelação. Aff
É sempre assim, Tiago Santiago tem ótimas ideias, mas não sabe dar forma a elas...
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