terça-feira, 19 de março de 2013

Dani Calabresa não funciona na estreia do CQC

O retorno do CQC nesta segunda-feira, 18, foi muito mais que a simples volta da trupe que sempre atrai olhares por sua inovação e modelo inteligente de se tentar fazer humor na TV brasileira. Todos os anos a nova temporada do grupo é aguardada com ansiedade, pois normalmente sempre há novidades interessantes e criativas. Mas em 2013 o foco de toda a crítica - e de um grupo de telespectadores também - era a estreia de Dani Calabresa, grande revelação do humor da MTV nos últimos anos.

A ideia em levar a humorista para o show foi um risco calculado na intenção de apresentar uma novidade relevante, principalmente porque pelo menos nas duas últimas temporadas, a trupe não conseguiu apresentar nada de novo e o humor considerado com frescor nos anos iniciais já começava a demonstrar certo desgaste, embora continuasse com o mesmo estilo ácido, inteligente e com ótimas sacadas. Faltava arriscar.

E a presença de Calabresa era o risco que faltava, além de recolocar o programa em evidência novamente, tudo que uma produção de TV precisa. A expectativa foi aumentando conforme a emissora ia divulgando os teasers do show e também com entrevistas dos envolvidos para a mídia especializada. A grande questão era saber se a humorista havia acertado ao assinar com a Band, entrando em um grupo já consolidado e com um estilo completamente diferente do que ela produzia na MTV.

A tirar pela estreia, a ideia não funcionou. É preciso calma ao analisar esta frase e configurá-la dentro do contexto da participação de Dani nesse retorno do CQC. Muito longe de ser uma profissional limitada, ela mostrou todo o seu talento para o humor, para o improviso e para a imitação - seu forte - no tempo em que ficou no ar neste primeiro episódio. A participação dela foi, de fato, engraçada, criativa e apresentou uma mistura de tudo que ela já havia feito na outra emissora.

Porém, a participação deixou o programa com ares de disfuncionalidade. A começar por sua presença na bancada para divulgar seu quadro - o que parece ser regra da temporada. Não se faz necessário levá-la na bancada apenas para isso, todo o esforço deu a impressão de ser apenas uma forma de valorizar a profissional competente que ela é, mas desconfigurou todo o esqueleto do programa que sempre funcionou muito bem.

O quadro em si é ainda mais distante da produção do CQC. Quem assistiu todo o programa de estreia da temporada, ao ver o quadro de Dani Calabresa, sentiu-se certamente assistindo a uma esquete de humor durante um dos intervalos. O humor proposto esteve muito distante, para não dizer antônimo, do restante do programa. 

A mistura de humor com jornalismo esteve muito em evidência neste bom retorno do CQC, mas Dani Calabresa apresentou um outro formato de humor, que em nada lembrou o restante do episódio e causou bastante estranheza. Não é porque há qualidade - e há bastante - que estilos de humor completamente diferentes podem se alinhar dentro de um mesmo show. É arriscado e nem sempre funciona. Neste caso, não funcionou.

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