Chegou a hora de falarmos um pouco de todas as novelas que apareceram em nossas telinhas no ano de 2011. É a abertura da Retrospectiva que terá amanhã a retrospectiva das Séries e no sábado é o momento de falarmos das principais atuações do ano. Então, estão preparados? Vamos lá:
Globo
Malhação
As duas temporadas de Malhação que estiveram no ar em 2011 tiveram grandes momentos. Se a primeira recobrou a qualidade do texto, mesmo apresentando mais do mesmo que a novelinha teen vinha apresentando desde sempre, a segunda foi mais ousada. Se a primeira conseguiu recolocar Malhação nos trilhos da boa audiência e teve a oportunidade de desenvolver melhor sua história e conquistar de vez o telespectador, mesmo com uma trama água com açúcar e fora da realidade dos jovens, a segunda não teve resultados e foi praticamente operada no meio do caminho com tantas mudanças que a deixaram desforme e sem sentido. O balanço anual de Malhação é apenas razoável, pois faltou enxergar melhor o universo adolescente, apesar de não ter faltado ousadia.
Araguaia
A novela das 18 Horas que teve a missão de tentar manter a audiência conquistada pela antecessora Escrito nas Estrelas e que, como se sabe, não conseguiu, teve parte de sua exibição em 2010, mas em 2011 que houve toda a estrutura narrativa bem contada e muito bem centrada e organizada. A novela bastante água com açúcar teve como principal qualidade a narrativa e os diálogos com bastante qualidade. Uma história agradável que conquistou uma importante indicação ao Emmy Internacional.
Cordel Encantado
A melhor novela de 2011. Muito mais do que isso, o folhetim de Duca Rachid e Telma Guedes entrou para a história da telenovela como uma das melhores obras do horário. Com audiência excepcional no país todo, a trama ousada que misturou conto de fadas com o cangaço brasileiro conseguiu repercussão maior que novelas das 21 Horas. Roteiro, direção, elenco e fotografias afiados marcaram presença nesta obra que vem ganhando todos os prêmios possíveis e parece fazer o caminho natural de sua antecessora rumo a uma indicação no próximo Emmy Interncional.
A Vida da Gente
Uma nova novelista. Lícia Manzo que nunca havia assinado uma novela foi escolhida graças ao diretor Jayme Monjardim que gostou de sua sinopse e comprou a ideia. E que feeling teve o diretor. Uma história completamente diferente da antecessora, mas que manteve a mesma qualidade do horário das 18 Horas - aliás, este tem sido o horário com melhores trabalhos consecutivos na emissora. Dramas familiares de primeira grandeza dão o tom da novela que termina 2011 com pouco mais da metade dos capítulos exibidos. Se a audiência está abaixo da meta, a repercussão é muito grande, tanto na internet quanto nas conversas, A Vida da Gente se tornou o centro das atenções e conquistou o público. Uma novela cheia de cenas fortes e que enchem o televisor de emoção e o telespectador de lágrimas.
Tititi
É bem verdade que o remake de Maria Adelaide Amaral foi exibida quase toda em 2010, mas pelo menos 1/3 dela aconteceu em 2011. E o melhor terço, diga-se. A parte final do folhetim foi muito bem amarrada e, mesmo sendo diferente da original, conseguiu envolver o telespectador e, acima de tudo, divertiu quase que diariamente. Com personagens muito divertidos e ricos, a trama conseguiu passar o que era necessário para o horário, a leveza, mas sem duvidar da inteligência do público, talvez por isso conseguiu ter dois tipos de público: o que assistiu a trama original e a nova geração que ficou encantada com o humor refinado que a autora apresentou.
Morde e Assopra
Um dos equívocos de 2011. Folhetim de Walcyr Carrasco que sofreu com a audiência nos primeiros capítulos devido a tentativa ousada do autor de colocar em cena efeitos especiais com robôs e dinossauros - isto foi prontamente rejeitado pelo telespectador. O autor percebeu que estava diante de seu principal fracasso e resolveu mudar tudo. Criando uma das personagens mais maniqueístas e clichês dos últimos anos, Dulce ganhou ares de protagonista e arrebatou o público com sua trama óbvia, superficial e sôfrega. Ainda que a novela tenha sido uma espécie de reciclagem de tudo que Walcyr já fez, a audiência entrou nos eixos e conseguiu terminar, assim como a antecessora, dentro da meta estabelecida pela emissora. O autor foi presenteado com o horário das 23 Horas, mas a telenovela não foi presenteada com nada em Morde e Assopra.
Aquele Beijo
Novela de Miguel Fallabella que apresenta as mesmas características de todas as suas obras. Humor refinado com situações inusitadas. Personagens que só podem existir no universo da TV, mas que arrebatam o público com seu carisma e roteiro de qualidade. Se a trama termina 2011 com quase a metade dos capítulos previstos, ela vem sofrendo com a audiência. Parte disso por conta do horário de verão e parte porque o público não se sente atraído pela história principal que não tem um eixo forte, organizado. Aquele Beijo é uma boa novela, mas que não prende a atenção de ninguém com um roteiro bom, mas nada irresistível. Típico lazer para ser consumido quando não há mais nada para fazer.
Passione
Outra novela toda ocorrida em 2010, mas neste caso os últimos capítulos foram reservados para 2011. As grandes revelações e toda a seqüência que preparou o público, mostrando que Clara (Mariana Ximenez) era, de fato, a grande vilã do folhetim e que Totó (Tony Ramos). A última semana foi num ritmo alucinante, digna das melhores obras de Sílvio de Abreu e, se Passione não foi a melhor obra do autor, os últimos capítulos foram um brinde para o telespectador que relembrou os bons momentos da teledramaturgia nacional e deu gosto de assistir.
Insensato Coração
A aguardada trama de Gilberto Braga e Ricardo Linhares parecia que iria explodir, tanto em audiência quanto em repercussão, devido à história que aparentava ser irresistível. Mas o que se viu nos primeiros 100 capítulos foi justamente o oposto. Um roteiro xoxo, cheio de tramas paralelas desnecessárias e com uma história principal tão lenta que irritava. Mas bastou Norma (Glória Pires) sair da cadeia e tomar as rédeas do folhetim para tudo mudar. A segunda metade foi excelente, conquistou o telespectador e aumentou consideravelmente a audiência, acabando com a constante queda na média geral do horário de novela em novela que se arrastava desde Senhora do Destino. Uma boa novela que cumpriu o seu papl.
Fina Estampa
Mais um roteiro de Aguinaldo Silva que, inexplicavelmente, faz sucesso. Um amontoado de personagens que lembram em tudo membros antigos de suas telenovelas de sucesso. O autor errou ao preparar uma narrativa em busca exclusivamente de audiência. De fato, 2011 termina com Fina Estampa tendo pouco mais de 110 capítulos e uma média que impressiona, 08 pontos acima da antecessora com o mesmo número de capítulos e quase na meta estabelecida, coisa que há muito não acontece. Porém, os louvores do folhetim terminam nos números, pois não há o que se elogiar nesta narrativa frágil e superficial. Aquele tipo de lazer que ninguém se lembra no dia seguinte.
Record
Ribeirão do Tempo
Mais uma novela de Marcílio Moraes. O autor que se consagrou com duas obras na emissora - pela qualidade, Essas Mulheres e pela audiência, Vidas Opostas, voltou ao principal horário das telenovelas da segunda principal emissora do país. Verdade seja dita, Ribeirão do Tempo somente se estendeu até meados de 2011 porque foi esticada por diversas vezes, solicitação da própria Record. Os esticamentos prejudicaram o folhetim que sofreu pela falta de histórias e barriga gigantesca que durou quase até o último capítulo. Nada do que se viu anteriormente do talento do autor apareceu em cena e Ribeirão do Tempo foi apenas mais uma novela que ninguém se lembra.
Vidas em Jogo
A autora que estava badalada pelo seu excelente trabalho em Chamas da Vida apresentou uma sinopse ousada e que foi aprovada. Tirar do foco um único protagonista e criar várias histórias com o mesmo peso é arriscado, principalmente numa emissora que ainda está engatinhando em teledramaturgia. E o risco não foi corretamente calculado. Sem peso, com direção fraca, Vidas em Jogo não foi nem sombra da novela anterior da autora e, mesmo restando muitos meses para acabar, é improvável que faça sucesso. O público rejeitou praticamente todas as tramas, restando apenas a tal história do "homem que é mulher".
Rebelde
Uma novela complicada. Rebelde Brasil tentou a todo custo emplacar o mesmo sucesso da obra original - que no quesito qualidade também nunca foi grande coisa - mas não conseguiu. O que se vê desde a estreia do folhetim é uma trama que beira a esquizofrenia e que mostra apenas o desconhecimento da autora acerca do que se passa na cabeça da juventude brasileira. Tramas equivocadas, diálogos que parecem censurados, tamanho o grau de escapismo, aliados a uma direção frágil e um elenco muito irregular foram suficientes para transformarem a novelinha teen no mico do ano da teledramaturgia. E não adianta apresentar número de vendas e produtos licenciados, afinal, o objetivo maior de uma obra de dramaturgia não é vender. Ou é?
SBT
Amor e Revolução
A pior novela de 2011. Tiago Santiago já mostrou em outras ocasiões que não tem capacidade de desenvolver uma história sólida e bem amarrada. Apesar de saber construir bons roteiros e imaginar boas situações, o autor é incapaz de desenvolver cenas de qualidades com diálogos profundos e que prendam o telespectador. Amor e Revolução pecou nos exageros. Seja nas cenas de tortura, seja na tentativa de causar a todo custo ou seja no didatismo de seu texto, ela sempre exagerou. Fadada ao fracasso desde que suas primeiras cenas vazaram na internet, o folhetim tem uma pífia audiência e certamente é uma das obras a serem esquecidas no ano.
2 Quebraram tudo:
Concordo com quase tudo. Minhas únicas discordâncias são sobre "Ti-ti-ti", "Morde & Assopra" e "Insensato Coração". A trama da Maria Adelaide Amaral foi ótima, concordo, mas começou a ficar repetitiva e andou em círculos por um bom tempo.
Achei pesada demais a crítica sobre "Morde & Assopra", tudo bem ter odiado a novela, mas não reconhcer nada de bom que a novela trouxe, acho um exagero. Tivemos ótimas atuações e personagens que agradaram muito, como Áureo, Cleonice, Salomé, Dulce e Celeste, por exemplo.
Sobre "Insensato Coração", discordo da 'excelência' da trama após o início da vingança da Norma. A novela parecia engrenar após 6 meses, mas acabou se perdendo de novo, inclusive na vingança da Norma, que ficou repetitiva e cansou. Só se salvou a trama do Cortez e a Tia Neném. Abraço.
Sempre muito bom seus textos! parabéns!
Mas tem uns errinhos ai no de Passione, frase sem concluir..
As grandes revelações e toda a seqüência que preparou o público, mostrando que Clara (Mariana Ximenez) era, de fato, a grande vilã do folhetim e que Totó (Tony Ramos). A última...
Totó oq?
Fábio
www.ocabidefala.com
Postar um comentário