Em 1996 foi a grande e primeira mudança no comando do Jornal Nacional, principal telejornal do país - e segundo a Revista Forbes, o mais assistido do Planeta - com a entrada de William Bonner e Lilian Witfibe. Pouco depois, ela deixou o comando da atração e foi substituída por sua colega, e esposa de Bonner, Fátima Bernardes. O ano? 1998.
Quem tem a minha faixa etária provavelmente não se lembra desta mudança e, caso se lembre, não faz a menor questão, pois não dava a devida importância para tais fatos históricos para a TV brasileira por ser muito novos. Com 15 anos, eu não tinha a menor ideia do que significa a mudança na apresentação do Jornal Nacional e, confesso, não me lembro dessa alteração, aliás, lembro-me vagamente de Lilian apresentando e nada antes do William.
Ou seja: eu faço parte da geração Fátima Bernardes. Eu faço parte dos brasileiros que cresceram, amadureceram e se tornaram cidadãos assistindo diariamente ela e seu esposo apresentando um Jornal de credibilidade que sempre primou pela qualidade das informações e, mesmo diante das adversidades - como esquecer de Maria do Bairro e A Usurpadora infernizando o jornal na audiência? - não aceitando cair na exploração da desgraça humana, como tantos outros da concorrência.
Fátima Bernardes sempre transmitiu a ideia de uma jornalista séria, respeitada, que dava a informação correta. Quando ela aparecia no vídeo e dava uma notícia, o Brasil raramente se questionava, sempre foi lugar-comum para o brasileiro acreditar em Fátima porque ela transmite verdade em seu olhar, sua entonação, seu posicionamento.
Desde que todo o jornalismo da Rede Globo passou a ser menos formal, mais leve, pudemos sentir a diferença no estilo do Jornal Nacional, de Fátima Bernardes, ela mais solta, soltando pequenos sorrisos, dialogando com seu marido no ar, tudo para deixar a notícia mais leve, mas sempre transmitindo credibilidade ao telespectador.
E as Copas do Mundo? "Onde está você, Fátima Bernardes?" Pergunta eternizada por William Bonner e que todos os brasileiros repetiram em 03 Copas - 2002, 2006 e 2010. Fátima, a musa da seleção penta campeã do mundo, é isso. Uma jornalista séria, respeitada, com credibilidade e que sabe como ninguém dar seu toque pessoal a uma notícia.
Agora, ela ganha novos ares. Novos desafios e, com a capacidade que tem, quem tem coragem de duvidar que dará certo? Eu não. Não, porque eu não sou bobo, eu acompanhei essa história, eu vi do que essa mulher é capaz. Eu faço parte da geração Fátima Bernardes. E, como jornalista, tenho orgulho disso. Boa sorte, Fátima.
2 Quebraram tudo:
Querido
Concordo plenamente. Minha lembrança adolescente de jornalismo começa, coincidentemente, com Fátima Bernardes à frente do Jornal Nacional. Assim como outros jornalistas (Evaristo Costa, Sandra Annemberg) Fátima é um exemplo de se fazer crer sem precisar impostar uma voz anasaladamente densa e um olhar frio.
Deixando de lado a propensão política do Jornal, Fátima tem carisma. Algus dizem que ela vai virar a Oprah brasileira. Qualidades tem para tal, mas não acredito nisso. Acredito que ela tenha talento e tino suficiente não para ser conhecido como "a Oprah brasileira" mas sim como uma das maiores comunicadoras do Brasil.
Espero muito pelo novo formato, que englobará todos os programas matinais da Globo, e direcionando 2 horas de programação para ela.
Muito boa sua crítica.
Fátima é uma das melhores apresentadoras desse país.
Me sinto honrado de ter feito parte da geração que assistiu ao JN com ela.
Com fã, desejo-lhe sorte nessa nova fase de sua vida.
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