quarta-feira, 29 de junho de 2011

Quando o Roteiro enriquece a obra

Atualmente temos assistido não apenas no Brasil, mas em todo o mundo, produções tão grandiosas nas TVs que, em determinados momentos, elas chegam a se afastar do estilo teledramaturgia e se aproximam muito mais do cinema. O cuidado com cada detalhe antes de levar um produto ao ar tem sido tão grande que praticamente nada escapa aos olhos do produtor. 

Exemplos não faltam. Nos EUA acompanhamos a impecável primeira temporada de Game of Thrones, certamente a produção mais cuidadosa do ano. Cada detalhe é pensado, desde o figurino, passando pela fotografia até a cenografia. Tudo meticulosamente bem posicionado. Em produções assim, não há corpo estranho em cena, uma coisa completa outra. Como no Brasil, a atual novela das 18 horas, Cordel Encantado, de longe, a mais grandiosa produção das telenovelas brasileiras em que é possível admirar os pequenos detalhes.

O público agradece, afinal, quanto melhor a produção, a tendência é que melhor seja o resultado. Porém, em alguns momentos, as emissoras estão pensando mais no detalhe em si do que no próprio produto. Game of Thrones segue como exemplo, já Cordel Encantado não, pois tudo ali funciona. A grandiosidade de uma produção não pode se derreter diante de um roteiro fragilizado, afinal, os detalhes servem para melhorar a estrutura que é do roteiro e não o inverso. Quando a estrada é no sentido oposto, a tendência é uma obra grande, mas sem vida.

Um exemplo clássico de que é o roteiro quem dá vida à obra foi visto na noite de ontem. O quarto episódio da primeira temporada de A Mulher Invisível deu um banho de roteiro competente, bem estruturado e cheio de nuances importantes. Ainda que a obra em si seja simples, sem nada que chame a atenção, o episódio de ontem foi muito mais rico que muitas dessas produções cuidadosas - e aqui, é bom que se faça uma ressalva, Cordel Encantado segue como exceção, pois também tem um roteiro brilhante.

A Mulher Invisível trata temas complexos, quase didáticos no campo da psicanálise, de uma forma tão simples e popular que chama a atenção de qualquer pessoa. Não foi apenas um episódio de humor em que o telespectador ria por rir, a identificação entre público e personagem, público e situação e público e roteiro foi tão grande que se tornou imprescindível acompanhar cada minuto deste episódio.

Quando o roteiro é rico e sabe conduzir o fio da narrativa de forma com que seu público-alvo consiga acompanhar a história e se envolver, não há erro, o sucesso chega fácil. A Mulher Invisível provou que, nem sempre é preciso pensar nos detalhes, mas sempre deve-se pensar no roteiro.

3 Quebraram tudo:

Marlon Kraupp disse...

Infelizmente não tenho assistido tanto A mulher invisivel :s ... No ano passado com o Casseta e Planeta ainda no ar, me "apeguei" com A Liga. Desde então, minhas terças são sempre esse dilema, por mais vontade que eu tenha de assistir Tapas e Beijos e A mulher invisivel, eu acabo assistindo A liga.

@tvxtv disse...

Marlon.

Respondeu seu questionamento sobre o motivo de eu não participar tanto dos comentários como antes:

É mais falta de tempo e de um sistema prático que me permitisse responder enquanto aceito os comentários. Mas, sempre que posso, venho aqui responder :)

Anônimo disse...

Eu deixei pra assistir "A mulher invisível" somente após o filme. Acredito que seja realmente um bom produto que a Globo está oferecendo! A audiência prova isso!
Lucas - www.portalcascudeando.blog.com

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