* spoilers
Agora sim, queridos roteiristas, um episódio que podemos dizer com todas as letras ser digno de uma série do nível de Lost. Após o fiasco que foi o último episódio que, continua sem o menor motivo de ser, a série brindou-nos com um dos melhores episódios de todos os tempos de Lost, talvez apenas comparado a The Constant e, obviamente ambos estão interligados.
A saga de Daniel Faraday, o físico que entende como poucas pessoas no mundo as "constantes" físicas e que afirmou no início da 5ª temporada ser impossível mudar o passado e, por conta disso, viu sua amada morrer em seus braços, continua exatamente do ponto onde parou, mas dessa vez, Daniel Faraday aparentemente descobriu que existem as variáveis e essas variáveis podem levar a mudanças.
Em sua linha de raciocínio brilhante e inteligente, Faraday segue por todo o episódio em busca de um passado que foi avassalador em sua vida. Sua mãe, Eloise Hawking, a mulher que durante toda a vida de Faraday o obrigou a ser aquilo que, aparentemente ele nunca quis.
No passado, a vida de Daniel foi destruída por conta das exigências de sua mãe. Ele testou consigo próprio e, em seguida, com sua namorada Thereza, algo que destruiu a mente da moça, deixando-a perdida em algum lugar do tempo. Ele, afetado, se viu novamente obrigado a atender um pedido da mãe, ir para a ilha estudar as situações físicas do local. "A ilha pode curá-lo", afirmou Charles Widmores que, agora sabemos, ser o pai de Faraday. (faz todo sentido agora o motivo de Daniel e Charlotte ficarem "brincando" testando a mente dele, na temporada passada).
Este sensacional episódio de Lost nos mostrou que os conflitos de relacionamento continuam em qualquer lugar do passado, do presente ou do futuro. Jin não quis ajudar Faraday a tirá-los de 1977 porque não quer sair sem encontrar Sun; Sawyer não quis porque ele acredita que sua vida é em 1977; Juliet disse a senha da cerca eletromagnética porque não quer Sawyer e Kate lado a lado; Jack usou Aaron, o ponto fraco de Kate, para fazê-la segui-lo. Enfim, os relacionamentos da ilha continuam amadurecendo.
Faraday tentou durante todo o episódio mudar a Constante que foi a perfuração eltromagnética. E, segundo ele, isso faria com que o avião da Oceanic nunca caísse na ilha e a vida de todos voltariam ao normal com o avião pousando em L.A. Seria isso possível? A explicação para a queda do avião (que você lê logo abaixo) foi sensacional. Finalmente uma resposta a altura das perguntas de Lost.
E o principal relacionamento do episódio, Faraday e sua mãe, chegou a um ponto impensável. A Ilha mostrou a Faraday da forma mais difícil que as variáveis nem sempre podem modificar a constante. Quando ele levou um tiro certeiro de sua própria mãe - 30 anos mais jovem, diga-se de passagem - ele entendeu, que tudo foi planejado por ela e por Widmore por algum motivo, certamente "maior" e "melhor" para a Ilha. Isso ainda não sabemos.
A morte de Faraday foi simbólica, porque mostrou que a luta entre as variáveis e a Constante pende para a Constante, já que ela sabe exatamente o que vai acontecer, enquanto as variações dependem de andar no escuro.
Lost brindou-nos com um primeiro episódio que abre o "início" do fim da temporada e mostrou que apesar de algumas escorregadelas, a 5ª temporada foi um grande feito.
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Respostas do episódio:
1 - Daniel Faraday chorou ao ver a falsa queda do avião porque ele sabia que já havia conhecido aquelas pessoas
2 - Quem criou a farsa da queda do avião no mar e de todos os sobreviventes mortos foi, como eu sempre acreditei, Charles Widmore e não Benjamin Linus.
3 - Charles Widmore é pai de Daniel Faraday.
4 - Uma perfuração eletromagnética causou um grande acidente na Ilha, o que obrigou que a "escotilha cisne" fosse cimentada como "Chernobyl" e, durante 20 anos, alguém precisasse controlar o fluxo eletromagnético apertando um botão. Quando Desmond não apertou, o avião Oceanic caiu e todos foram parar na ilha. (belíssima explicação para a queda do avião)
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Perguntinhas básicas:
1 - Por onde anda Sayd?
2 - Se os sobrevivente de 1977 conseguirem explodir a bomba de Hidrogênio, como sugerido por Faraday, o que acontece com os sobreviventes que estão no presente (ou futuro) da Ilha?
3 - Será que a Kate quer mesmo continua seu voô para L.A. onde será julgada e, provavelmente condenada a morte?
1 Quebraram tudo:
Sensacional comentário assim como foi o episódio. Repito o que vinha dizendo que Lost a cada novo capítulo deixa a voz dos ANTI-LOST mais abafada. Respostas que nos deixavam ansiosos desde a primeira temporada, simplesmente aparecem, isso porque os roteiristas estão perdidos.
Um excelente episódio, atuação impecável de Jeremy Davies que, se mostrou peça chave na mitologia de Lost, além de uma história de vida muito triste.
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